domingo, 23 de dezembro de 2007
Retrospectiva 2007
Esse ano foi muito bom pra mim, talvez tenha sido o ano que eu mais amadureci e aprendi. Vi como a vida é dura e como é difícil você se preparar muito e no final perder a batalha. Desde os primeiros minutos do dia 1º de janeiro eu já tinha como principal objetivo me acabar nos estudos pra entrar na USP. Fiz cursinho o ano todo; estudei bastante, mas não o bastante pra passar no meu curso. Desde que vi o resultado venho revendo alguns dos erros e tenho encontrado bastante; muitos que já tinham aparecido e outros que percebi só agora, mas que ajudarão bastante no ano que vem. Conheci muita gente legal e inteligente; cada um com a sua peculiaridade e seu modo diferente de ser, o que contribuiu muito pra eu rever algumas das minhas atitudes e parar de reclamar da vida boa que eu levo. Viajei pro Rio de Janeiro pra assistir a minha banda predileta com um dos meus melhores amigos. Tive algumas “aventuras amorosas” que é melhor eu guardar pra contar pro meus filhos (Rs). Enfim, o ano de 2007 ficará marcado na minha história.
Desejo a todos que me acompanharam, que passaram esse ano do meu lado ou aos que apenas leram meus textos, não só um Feliz Natal e um ótimo Ano Novo, mas uma ótima vida. Aproveitem o máximo. Agradeçam a Deus (ou ao que acreditar) pela saúde que têm, pela família que têm e pelo fato de estar vivo do lado das pessoas que gostam.
Até ano que vem!
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
Insignificância Digital
Segundo o presidente, a TV Digital será muito útil à população. Disse que, com a melhoria na qualidade da imagem dos televisores e na alta produção dos tais conversores, “haverá um grande salto tecnológico, econômico, social e cultural no Brasil”; e disse mais: “ É uma verdadeira revolução (...) vai estimular a nossa indústria, gerando emprego, renda e oportunidades para o país” (aquele discursinho vagabundo de sempre). Esse foi o momento em que eu desliguei a televisão. Juro! Não dava mais pra assistir aquilo; ver aquela feição de que tudo está ocorrendo maravilhosamente no país me deixou extremamente impaciente. Depois eu até resolvi assistir todo o pronunciamento pela internet, mas foi difícil, difícil.
Aí eu fiquei pensando no que o “Companheiros e Companheiras” disse. Comecei a imaginar a D. Maria sentadona no sofá assistindo a novela das oito, vendo a Ana Paula Arósio e o Gianecchini se pegando na piscina com aquele saxofone afinadíssimo do Kenny G. de fundo musical (aquela verdadeira baboseira), e o detalhe mais importante, com a imagem impecável, sem nenhum chuvisco, nem tampouco “fantasmas” distorcendo os olhinhos azuis da atriz que o governo suou pra nos propiciar. Tudo isso é muito lindo, maravilhoso, magnífico e esplendido. Agora, se isso for algum avanço pro Brasil, por favor, me aponte qual é que eu não estou conseguindo achar.
Parece que dar distração ao povo, melhorar o acesso a essa mediocridade que é a televisão brasileira, evitar que a população pense no que de fato é melhor pra todos, está sendo o principal objetivo desse governo. Isso é inaceitável. O governo não tem se quer uma rede de televisão que incentive a cultura, com programas educativos e construtivos. Fora a TV Cultura, não há nenhuma outra emissora que tenha na sua grade de programação bons conteúdos de informação, se tem, é de madrugada e “olhe lá”. Agora, do que adianta melhorar a imagem se o conteúdo televisivo deixa a desejar? É uma imbecilidade investir dinheiro pra melhorar a qualidade da transmissão pro povo assistir programas como Super Pop, Tv Fama, Big Brother, Novelas Globais e outras "merdas". Ridículo!
Enfim, vão aí alguns questionamentos pra que vocês possam refletir:
1) Esse investimento vem em troca do quê?
2) O país precisa desse tipo de coisa pra evoluir?
3) Será que precisamos melhorar a qualidade da imagem ou melhorar a qualidade da programação?
terça-feira, 20 de novembro de 2007
Consciência Hipócrita!
Pois bem, daqui a pouco entenderão o motivo no qual defini a palavra, ok?
Hoje é feriado do Dia da Consciência Negra, um daqueles que você pode ficar em casa “coçando o saco” e assistindo a Ana Maria Braga com os seus discursos matutinos de auto-ajuda e suas guloseimas, acompanhada daquele Louro chato e sem graça; se fores um cara mais “saúde”, vai ao parque andar de bicicleta e olhar a mulherada de shortinho; ou se for um vestibulando desesperado nas vésperas da prova, fará como eu: ficará em casa tirando o atraso. Mas Enfim, o que me fez escrever esse texto, além da saudade de passar para o papel alguma coisa que não seja equações, regras gramaticais e redações de temas chatos, é o significado do feriado que hoje “comemoramos”. Vamos lá.
Quer dizer então que precisamos ter consciência que os negros existem? Precisamos ter um cuidado escrupuloso, honradez, retidão e conhecimento pra saber que eles estão por ai? Ah! Para com isso! Parece até frase feita, mas todos nós somos iguais, independente da cor da pele. Eu, particularmente, não vejo nada mais racista e hipócrita que isso; na verdade acho que só inventaram esse feriado pra dar tempo do povão ir à 25 de março e comprar os enfeites da árvore de Natal, o presente da vovó e da criançada, só isso! Não é possível que depois de 119 anos da abolição da escravatura no Brasil (que por sinal, foi o último país a adotar a medida em todo o continente americano), ainda haja esse sentimento de que individuo de pele escura é inferior. Tudo bem que desde a declaração da Princesa Isabel que, segundo Raul Seixas,“ curtia um negão, fumou um baseado e aboliu a escravidão”, o preto é sinônimo de pobre; isso é fato, não é racismo não. Todo mundo sabe o que o negro saiu da senzala e foi direto pra favela, não por opção, mas por obrigação, por não ter pra onde ir. Isso faz com que o povo tenha o seguinte pensamento: PRETO = POBRE = BURRO. Aí, pra confirmar, as nossas excelências de Brasília criaram cotas nas Universidades para quem se considerar negro, o que pra mim também é um atraso sem igual. Esse é um problema de cunho social e não intelecto-racial.
Aproveitando o assunto da educação, tive uma surpresa esses dias. Lendo o caderno de fim de semana do jornal Valor Econômico (dias 9, 10 e 11 de novembro), deparei-me com uma matéria “engraçadissima”; o titulo era: “A segunda abolição”. O texto referia-se a uma faculdade localizada na cidade de São Paulo chamada Zumbi dos Palmares onde 87% dos seus alunos consideram-se negros. Esta estaria por formar a primeira turma de Administração, se não me engano. O artigo “puxava o saco” da faculdade, dizendo que agora sim há igualdade, que o negro agora vai poder estudar sem ser vitima de preconceito, que empresas já estariam interessadas nos alunos recém-formados e blá blá blá, enfim, uma verdadeira "melação de cueca". Depois que terminei de ler(pasmo),logo pensei: Cara, o Brasil daqui a pouco vai estar que nem a África do Sul; qualquer dia irei comer na praça de alimentação do shopping e vai ter uma placa anunciando: área reservada para negros; ou se não, quando for pagar minhas contas no banco, estará escrito: o uso dessa fila só é permitido para pessoas que considerarem-se negras, por favor, tragam consigo o seu comprovante de “negritude”. Complicado né!?
Bom, vou deixar a cargo de vocês as demais discussões sobre o assunto. Mas de todo jeito vou tecer a minha opinião: Um país que busca desenvolver-se e dar qualidade de vida para toda a sua população, tem que começar a tratar todos por igual. Precisa haver a consciência que, apesar do tom de pele do individuo, ele é brasileiro; ele não precisa de feriado pra ser reconhecido; ele precisa de oportunidade, não essa oportunidade fácil (cotas e outros), ele precisa de educação de qualidade, acesso à saúde e à informação; e outra coisa, faculdade pra negro? Desculpem-me a expressão, mas PUTA QUE PARIU... Aonde vamos chegar?
Passar bem!
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
Uma Visitinha Inusitada
Ainda não havia passado das sete horas da manhã e os carros já preenchiam todas as faixa da avenida com suas carruagens de plástico e seu silêncio barulhento. Enfim, sempre que vou atravessar aquela avenida, olho o céu para saber se o dia será ensolarado ou nublado; aquele dia não foi diferente. Porém, quando olhei para o alto, tive a surpresa: eram três, verdinhos e perdidos como “cego em tiroteio”; longe dos galhos e folhas que os acolhem quando mais precisam, pareciam desesperados com aqueles objetos correndo rapidamente embaixo deles, com medo das formigas gigantes desviando umas das outras pela calçada a fora e daquelas muralhas de concreto por toda parte.
Vendo aquela cena, perguntei-me: o que será que essas criaturas fazem aqui? Pensei que decerto fugiram do Jardim Zoológico ou fugiram do domínio de algum seqüestrador de animais. Ao mesmo tempo em que deu uma tristeza vê-los fora de seu habitat natural, tive um sentimento de liberdade, independência; fez-me lembrar de quando ia pra casa dos meus avós para subir na mangueira e nadar nas límpidas águas do açude do finado Chico de Matias.
Refletindo sobre essa ocorrência, vi como a urbanização é inversamente proporcional à natureza; enquanto uma cresce desordenadamente, a outra desaparece numa velocidade extraordinária. Por exemplo, a Mata Atlântica localizada na porção leste do Brasil, tem hoje 7,3% da sua vegetação original, sendo que em alguns Estados quase não existe mais devido o desmatamento que essas áreas estão sendo expostas. Isso sem contar a Floresta Amazônica, antes considerada o pulmão do mundo, que está sendo substituída por pastagens com a intenção de abrigar vacas emissoras de gás metano (CH4) e para as plantações de soja (a mais nova monocultura brasileira), que aqui entre nós, servem para alimentar o mundo inteiro, mas para os brasileiros... O RESTO! Mas isso é um assunto pra outra ocasião. Enfim, quem mais sofre com toda essa degradação são os animais nativos desses locais que são obrigados a se acostumar com os seus novos “lares” de cimento. Estão ai as explicações para o aumento aparente desses animais no nosso cotidiano; com a diminuição das áreas verdes, estes “se viram” como podem. Já bastavam as capivaras dos rios Tietê e Pinheiros (SP), os macacos equilibristas nos fios de alta tensão em Copacabana e Ipanema (RJ), agora são os papagaios da Lapa (SP).
O pior de tudo é saber que tem pouca gente se importando com isso e que esses fatores não serão revertidos tão cedo. A tendência é aumentar cada vez mais os desmatamentos, queimadas, transposições de rios, o que fará com que esses acontecimentos se tornem normais. Lamento também que só “acordaremos” depois que essa situação for irreversível. Se você puder fazer algo para mudar essa realidade, o faça, pois nossos filhos e filhas precisarão dessa nossa consciência. Agora, se você não se importa com nada disso, PREPARE-SE, o BBB 8 já esta com as inscrições abertas!
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Os (quase) Invencíveis
Tenho direcionado algumas de minhas atenções para uma classe de trabalhadores conhecida como: operadores de tele marketing. Famosos por seu gerundismo minuciosamente ensaiado, aqueles do tipo: “Não se preocupe que, em sete dias úteis, algum de nossos atendentes estará entrando em contato com o senhor.” É quase impossível passar uma semana sem falar com um deles, seja para cobrar algum serviço ou por mera infelicidade de atender ao telefone justamente na hora que a criatura procura pela sua pessoa.
Nesse tempo de “análise”, dividi-os em três categorias:
1ª – cobradores: ligam pra você, se possível, todos os dias da semana – inclusive os dias “inúteis” (sábado e domingo) - pra te lembrar que tem alguma conta a acertar com a empresa, porém, não deixam de apresentar as alternativas de pagamento a 50% de juros ao mês; estes pertencem à classe dos sérios e mal humorados.
2ª – propagandistas: ligam quando você mais quer descansar, geralmente depois do almoço, tentando de qualquer jeito fazer com que compre os produtos que você não tem a mínima vontade de adquirir, mostrando-lhe promoções e mais promoções; esses já são muito bem humorados e simpáticos.
3ª – atendentes de reclamações: antes de ter o “privilégio” de falar com algum deles, sempre tem um robô com voz de gente falando pra teclar os números conforme a opção desejada, o que já te deixa “puto da vida”. Depois de dez minutos, algum individuo atende demonstrando uma paciência incalculável, tentando te deixar o mais calmo possível. Mas apesar disso, sempre te enrola e acaba adiando o que você precisa pra ontem; estes dependem do seu humor: se você for chato eles respondem à altura; se for adorável, te tratam como gente importante. Mas isso não é regra.
Um dia desses um me ligou para fazer propaganda de uma nova opção de banda larga. Essa consistia em um desconto por não sei quantos meses e alguns benefícios. Eu não queria de jeito nenhum, mas a pessoa me encheu tanto que eu comecei a pensar na hipótese de aderir à promoção. O infeliz me convenceu, me fez convencer o meu irmão, e no final assinamos o plano. Agora veja como essas criaturas não são perversas: tomam boa parte do nosso tempo, fazem-nos comprar coisas que mal passam pela nossa cabeça, e como se não bastasse, ligam todos os dias para saber a sua resposta. Mesmo sem aprovar o tipo de trabalho deles, este de tentar fazer com que a pessoa mudem de idéia a todo custo (imposto pelos seus patrões), aprecio o poder de argumentação que eles têm, o de conseguir mostrar ao cliente que o produto deles é de fato o melhor. Disso tudo eu cheguei a uma conclusão: eles são quase invencíveis.
obs: não quero que pensem que estou desmerecendo o trabalho alheio. Apenas fiz essas refêrencias como introdução de um fato que aconteceu comigo!
sexta-feira, 31 de agosto de 2007
Viver é melhor que sonhar
Sabemos que o ser humano é o único animal que sabe a morte é inevitável. Alguns acreditam que após ela iremos para o céu ou inferno, outros acham que nossa alma, mesmo após o óbito do corpo, continua entre os vivo. Mas não quero me dar o luxo de discutir assuntos sobre crença e religião. Enfim, sabemos também que muitos dão valor à vida e outros a tratam com muito desleixo, gozando-a de forma desvairada. Há também os avarentos que buscam incessantemente os bens materiais, não os dividem com os mais necessitados e morrem deixando-os com ninguém, e por ai vai.
Nunca tive a tristeza de perder alguém muito próximo, mas a dor deve ser tão forte que mal consigo me colocar no lugar daqueles parentes que escutavam apreensivos o comunicado. Também já vi muitos amigos sofrendo por conta do falecimento do pai ou da mãe. Alguns deles, após o ocorrido, disseram: poderia ter aproveitado mais, ter brigado menos, dado mais atenção a eles. Muitas vezes eu também ajo com aversão às ordens que meus pais me impõem, esquecendo que querem o meu bem; aquela rebeldia característica de um adolescente de dezoito anos de idade. Mas sempre acabo pedindo desculpas, porem, após alguns dias, as discórdias vem à tona e o ciclo continua. Não sei você, mas a maioria prefere sempre bater de frente, deixa de assumir o erro e fica sempre aquele clima chato. Nunca há uma recíproca de entendimento entre os filhos e seus pais. Parece regra.
Pra mim, a atuação dos pais e da família é muito importante e indispensável para a formação da pessoa. Talvez por isso não consiga entender como tem gente que é capaz de largá-los em um hospital; “internar” em um asilo a mãe que o carregou nove meses no útero ou o pai que deu toda a assistência possível durante toda sua vida, e pior, matá-los para herdar algum bem material. Isso é repugnante.
Pois bem, esse comentário foi escrito apenas com a intenção de passar a seguinte mensagem pra vocês: não perca a chance de demonstrar afeto às pessoas que gosta. Diga todos os dias pros seus pais que os amam, dê mais atenção e carinho a eles, porque, um dia ou outro, eles não estarão mais por perto. E outra coisa, se você não acredita em Deus, pelo menos, tenha sempre o pensamento positivo, ajude os mais necessitados e seja sempre honesto, com os outros e consigo mesmo.
sábado, 4 de agosto de 2007
Patriotismo?
Quase todo jogo da seleção (em que estão ganhando) ouve-se da torcida a seguinte frase: “Eu sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor”. Confesso que algumas vezes não consegui me livrar deste hino. Cantei, chorei e gritei como você, que está lendo este texto agora, presumo eu. Mas o problema não é a frase em si, é como essas palavras são ditas da boca pra fora. O problema não é ter orgulho de ser brasileiro, é como esse sentimento se vai quando os torcedores saem do estádio ou desligam a TV.
O que eu quero colocar em discussão não é o fato de o povo torcer ou não para equipes esportivas que representam a nossa nação. Quero, com estas palavras, mostrar para os leitores deste texto, que nosso sentimento patriota está longe de ser ideal para que possamos fazer uma mudança política ou de qualquer outra natureza no país, isso se você estiver interessado em alguma. Se não pintarmos os nossos rostos e irmos à rua protestar sobre nossos direitos quanto cidadãos, nada irá mudar. Você quer ter mais segurança? Você quer que o Brasil tenha uma melhor qualidade de ensino? Você quer viajar de avião e ter a garantia que chegará seguro? Não é indo no jogo da seleção e gritando a frase citada que você irá alterar alguma coisa. Não que você não deva ir ao jogo, mas, pelo menos, leve aquele sentimento de amor à pátria sempre contigo.
Sobre esse assunto, minha opinião é a seguinte: ser brasileiro não é apenas torcer pela seleção, para o Ronaldinho ganhar mais um titulo de melhor jogador de futebol do mundo ou para a Gisele Bündchen voltar ao posto de mulher mais linda do universo. Ser brasileiro é votar no melhor candidato e não no menos pior. Ser brasileiro é mandar e-mails para seu deputado cobrando-o sobre o que prometeu e não cumpriu até agora. Ser brasileiro é, principalmente, sair de casa com o compromisso de fazer sua parte para que nosso país torne-se cada vez melhor.
quarta-feira, 27 de junho de 2007
Juventude do Século XXI
Primeiro foram os mini-games, depois os vídeo-games; ai vieram os computadores, celulares, mp3 e uma infinidade de outros aparelhos. Trouxeram com eles uma nova forma de distração para pessoas de todas as idades, entre elas as crianças. É aí que mora o perigo. Se nos adultos a utilização exagerada desses produtos já causa dezenas prejuízos e uma dependência sem limites, imagine nos mais jovens.
É crescente o numero de crianças enfiadas em lan houses e casa de jogos eletrônicos. Eles poderiam estar fazendo algo que realmente traga para eles algum bem positivo que não seja o vicio ou até mesmo o sedentarismo, pela falta de outras atividades.
Pois bem, falando-se em mudanças comportamentais, a cada ano que passa, é fácil perceber o quanto a juventude tem mudado sua relação com pessoas mais velhas; aquele respeito que existia antes, já não se vê mais nos dias de hoje. Isso pode ser uma das conseqüências dessa “revolução” que vem acontecendo, não a tecnológica, mas as mudanças num âmbito geral.
Uma vez estava no clube em que jogava basquete um garoto de uns 10 anos de idade recusava-se a começar suas atividades físicas, corrida no caso, apenas pelo fato de ter esquecido seu Ypod em casa. Ligava a cada minuto para seu pai trazer logo, pois sem o aparelho não iria sair do lugar. Lembro como se fosse hoje, aquele menino gritando no celular: - Se não trouxer logo eu não vou me levantar!"
Aquilo me deixou muito espantado. Poxa, naquela idade se eu falasse com meu pai daquele jeito no mínimo eu iria tomar uma bela duma bronca e iria ficar de castigo. Mas o que me deixou mais embasbacado ainda foi o pai do menino chegando CORRENDO para entregar o seu Mp3. Aí eu pensei comigo: Pois é, acho que eu estou ficando velho mesmo!
É uma pena ver os nossos irmãos, sobrinhos e primos crescendo sem ter a oportunidade de ser crianças de verdade. Tão jovens e já “escravos” desse mundo onde não tem tempo ao menos de se conhecerem, tamanha é a quantidade de informações e novidades que aparecem todos os dias. Se hoje já esta assim, como será a época dos nossos filhos? Imagine-se chegando do trabalho e seu filho de cinco anos de idade com o lápis e a caneta guardados na bolsa, sentado na frente do computador e conversando no MSN. Desesperador!
terça-feira, 19 de junho de 2007
Os políticos e suas “Leis de Perfumaria”
- limpeza visual: proíbe a utilização de outdoors e outros tipos de anúncios publicitários nas ruas e em imóveis da cidade;
- limpeza das calçadas: todas as calçadas da cidade terão que estar adequadamente pintadas da seguinte forma: cor branca e natural de cimento alternadas;
- lei das vitrines: é obrigatório que todas as mercadorias expostas nas vitrines de estabelecimentos comerciais tenham preço visível.
Tudo bem, não são leis tão ridículas assim. Ter a cidade limpa e bonita é extremamente agradável para pedestres, motoristas e todos que diariamente andam pelas ruas. Mas existem prioridades. Fatos como a violência, educação e saúde – que precisam ser resolvidas o mais rápido possível - não podem ser substituídas por esse tipo de “futilidade legislativa”.
Posições desse tipo são para países de primeiro mundo como a Dinamarca que tem média de dois assassinatos por ano; sua população vive em ótimas condições de vida e não tem mais o que arrumar. Mas aqui no Brasil, onde a guerra civil e a hostilidade estão por todo canto; gente morrendo de fome; desemprego exacerbado em todos os Estados, não tem a mina possibilidade de se preocupar com tais medidas. Pra falar a verdade, acho que essas leis que o Kassab vem tentado implantar são aquelas de quando ele tinha 10 anos de idade e pensava: quando eu crescer quero acabar com todas as imagens da Vila Césamo, a começar pelos outdoors; ou: o cara da prefeitura nunca passa para pintar minha calçada; ou mesmo: nunca da para saber o preço do Batman sem perguntar ao vendedor.
Além disso, nosso prefeito é um cara muito sensível. Certo dia ao ser questionado por um homem na inauguração de um hospital do SUS (Sistema Único de Saúde) em relação à lei municipal que proíbe a utilização de propagandas publicitárias citadas acima, deu um show! Chamou o cidadão – que deve trabalhar muito mais que ele – de vagabundo e ainda o expulsou do posto de saúde. Imagino o que deve ter passado na cabeça daquele cidadão quando escutou o “prefeitinho” falar que as condições dos hospitais paulistas estavam totalmente em ordem. Lastimável!
Tem gente que fala que política não se discute, que o país é uma merda, que não tem solução, por ai vai. Somos um povo acomodado, nos contentamos com pouco. Com a rua mal asfaltada, com o "SUPER" crescimento da economia. Atrás da vista grossa está tudo errado; dinheiro de pontes que ligam o nada a lugar nenhum sendo desviado; o cara do bairro ao lado roubando uma caixa de leite pra dar aos seus filhos e pegando uma pena de dois anos, enquanto os Sanguessugas, quase todos, roubaram tudo o que puderam e hoje estão fazendo compra nos Jardins. Aí me vem um senhorzinho dizer que a poluição visual incomoda. O que incomoda é o descaso que os governantes têm em relação aos brasileiros, principalmente aos pobres.
Se for ficar apontando os erros do governo, vou precisar reescrever a Bíblia. A atitude do Kassab é apenas uma das dezenas, se não centenas de medidas e leis que realmente me deixam bem impetuoso. Depois desse desabafo, vou concluir com um trecho de uma musica do Gabriel O Pensador que se chama Pega Ladrão:
“E você que é um simples mortal, levando uma vidinha legal.
Alguém já te pediu um real?
Alguém já te assaltou no sinal?
Você acha que as coisas vão mal?
Ou você tá satisfeito?
Você acha que isso é tudo normal?
Você acha que o país não tem jeito?
Aqui não tem terremoto, aqui não tem vulcão.
Aqui tem tempo bom, aqui tem muito chão.
Aqui tem gente boa, aqui tem gente honesta; mas no poder é que tem gente que não presta"
Este aí é o vídeo em que o prefeito de São Paulo – Gilberto Kassab – expulsa o cidadão do hospital!
sábado, 16 de junho de 2007
As vozes a uma só nota
Pois bem, dúvidas a parte, fui de “mala e cuia”. Chegando à cidade, ainda na estrada, reparei como a pobreza predomina naquele lugar; periferias e favelas por toda parte, não muito diferente de alguns bairros de São Paulo, mas numa proporção muito maior, já que o Rio tem um espaço inferior. No centro da cidade há dezenas de imóveis históricos, alguns, aparentemente, com mais de cem anos. A maioria com a seguinte característica em comum: o abandono.
Não quero que pensem que estou criticando ou desmerecendo o Rio de Janeiro. Lógico que a cidade é rica em beleza, praias maravilhosas, vistas deslumbrantes que infelizmente ainda não tive a oportunidade de conhecer. Estou apenas falando como é o lado de traz do Corcovado, onde a Globo evita mostrar. Alem disso não posso deixar de citar a hospitalidade do povo carioca; todos prestativos, simpáticos e solidários. Isso é incontestável.
Apesar dos comentários feitos sobre a cidade, quero mesmo é falar sobre o show. E que show!
Levados pela duvida sobre o término da banda, pessoas de todas as regiões do país lotaram a casa Fundição Progresso na Lapa, centro do Rio, para assistir os Hermanos tocarem.
Quatro horas antes do inicio, cheguei com o Gabriel para retirar os ingressos na bilheteria. Naquele momento dezenas de pessoas já estavam na fila cantando e dançando as musicas da banda. Uma verdadeira confraternização. Ao esperar os portões serem abertos, conhecemos pessoas de Minas Gerais, Santa Catarina, Pernambuco, São Paulo e do próprio Rio. Conversávamos com se já havíamos nos conhecido há tempos.
Enquanto falava com essas pessoas, refleti um minuto sobre o poder que a música tem de unir povos de credo, cor e ideologias distintas. Apenas pelo gosto musical em comum, todos aqueles jovens que ali estavam, criaram um vinculo de amizade e união. São atitudes aparentemente insignificantes que passam despercebidas como o vento. Agora, a partir desse pensamento e indo para o contexto social, fiz-me uma pergunta: Por que vivemos em guerra? A resposta veio a seguir: Porque primeiro procuramos as diferenças e omitimos todo o resto. Pois é, nesse mundo de discordâncias é que vivemos.
Duas horas depois, os portões se abriram, a platéia entrou. Muitos correndo, outros mais contidos, porém não escondiam a felicidade por estar ali. Foram mais duas horas de apreensão dentro da casa até que os músicos subiram ao ponto mais alto. Quietos, como se estivessem se despedindo de sua família. Mesmo assim os fãs aplaudiam e gritavam incessantemente.
Começaram o show com uma musica bem calma, quase imperceptível perante a euforia dos que cantavam e se emocionavam com os acordes tocados. As cinco mil vozes e corações agitavam-se sem nenhum controle. Aqueles que haviam subido ao palco contidos, agora se pegam sorrindo e dançando - mesmo “desengonsadamente” - com os espectadores. Em alguns momentos mal dava pra escutar a voz do Marcelo Camelo ou do Amarante tamanho era o volume das vozes da platéia. No final do show os Hermanos apresentaram todos que estiveram com eles durante esses dez anos de carreira. Foi um show emocionante, dificilmente assistirei outro melhor.
Tive a idéia de escrever esse texto com a intenção de mostrar para os leitores uma experiência maravilhosa que tive e principalmente mostra-los como coisas pequenas, no caso a musica, podem unir as pessoas que ao menos se conhecem. A partir desses atos aparentemente insignificantes, podemos promover a paz e unirmos para um mundo melhor.
quinta-feira, 31 de maio de 2007
Cara, cadê nossa cultura?
Perto da minha casa tem uma grande empresa e na sua fachada tem um painel escrito: “Power and Productivity for beter world”. Para um indivíduo que domina pelo menos o inglês básico, este saberia que no anuncio está escrito: “Energia e Produtividade por um mundo melhor”. Mas como a grande maioria é leiga no assunto, não consigo entender o motivo da frase estar escrita em outra língua. Talvez seja pra ficar mais chique, porque afinal, tudo o que é de fora é melhor, mais bonito.
A partir desse pensamento, dou como exemplo o “nosso” gosto musical. Conta-se nos dedos as rádios que tem em sua programação a Musica Popular Brasileira (MPB). A grande maioria dos jovens não conhece os grandes poetas brasileiros como: Tom Jobim, Vinicius de Morais, Caetano Veloso, Chico Buarque e tantos outros trovadores, românticos, que cantaram e ainda cantam o nosso povo, pro nosso povo e pro mundo inteiro. Os verdadeiros ídolos da juventude são os cantores internacionais. Eminem, 50 Cent, entre outros, que falam sobre a sua cultura inútil e consumista como se fosse o exemplo de vida a ser seguido e mulheres semi-nuas rebolando em seus vídeo-clipes. Pra isso não faltam rádios e canais pra dissipar essa poluição sonora e visual. Não que eu seja contra todo tipo de musica internacional, pelo contrario, ouço algumas coisas frequentemente.
Concluindo meu comentário, quero deixar bem claro que conhecer culturas diferentes, línguas, músicas, enfim, é fundamental para um conhecimento geral. A bandeira que eu quero levantar é a seguinte: aqui no Brasil há muita coisa boa, muita gente inteligente que deve ser reconhecida, o que não esta acontecendo. É uma vergonha deixar de lado o que temos de bom e fazer com que o de fora sobre saia perante o que devemos valorizar e cuidar com orgulho.
Pense nisso!
quinta-feira, 17 de maio de 2007
As barreiras entre o poder e o querer
Conforme aproximava-me do local, a musica e a minha curiosidade iam aumentando de intensidade. Enfim, quando olhei para dentro do casebre, tive uma enorme surpresa! Eram idosos, homens e mulheres, aparentavam mais de 60 anos. À frente, cada um portava um suas mãos, um instrumento de sopro e uma feição encantadora no rosto, como se todos estivessem satisfeitos com o que faziam. Mais ao fundo um senhor tocava bateria, e uma senhora morena, zabumba.
Como havia algumas pessoas assistindo o ensaio, imaginei que poderia acomodar-me junto a elas para assistir também. Foi o que fiz. Sem perceber, passei uma hora e meia apreciando o concerto, encantado, absorvendo cada nota, cada riso feliz daqueles anciãos. Entre todos que ali tocavam, o que mais me chamou atenção foi um homem, mais ou menos 80 anos, que tocava Tuba. O instrumento requeria um fôlego inalcançável, tinha o dobro do seu tamanho, muito pesado, mas mesmo com dificuldade ele fazia seu melhor.
Ao assisti-los tocar, veio em minha mente o seguinte pensamento: Por que reclamamos de tudo? É, parece estranho. Mas, nós jovens, pessoas de meia idade, enfim, sempre reclamamos da vida, sempre criamos barreiras entre o que podemos fazer. Dizemos coisas como: “Não consigo porque não tenho mais idade”, “ Minhas costas estão doendo”, “ Não consigo, não consigo...”. Todas essas “desculpas” vêm à tona antes mesmo de tentarmos. Esse tipo de situação se reflete no nosso cotidiano. Por exemplo, na hora de enfrentarmos uma concorrência, seja de emprego, de vestibular e tantas outras, vem na cabeça primeiro os fatores negativos. Mas se o individuo, antes de qualquer coisa, pensar em vencer os obstáculos, em atingir sua meta, em se superar, ele tem em suas mãos o segredo para o sucesso.
Tomando como exemplo o tocador de Tuba, que mesmo na adversidade conseguia dominar suas carências, vejo o caminho para uma vida melhor, que se baseia na superação e no rompimento de barreiras, que ao passar dos anos a vida nos impõe.
Portanto, se um dia pensares em desistir de seu sonho, lembre-se da seguinte frase: “A estrada vai além do que se vê”.