Ei, lembra da maçã?
(...)
Como não?
É aquela que eu quase esqueci encima da carteira e que depois fiquei com dó de comê-la de tão linda e avermelhada que era.
Lembrou agora?
(...)
Pois então, de fato eu não a comi.
Agora, o porquê eu não sei.
E olha que eu cheguei a tirá-la do plástiquinho.
Foi por pouco mesmo.
Ela escapou fedendo.
Tudo bem, pode até ser um desrespeito aos que têm fome, mas e se ela for uma daquelas que envenenou a Branca de Neve?
Pior. E se for uma daquelas que a Serpente empurrou à Eva?
Não sei se estou fazendo bem em não tocá-la, sabia?
Bom, se bem que ela está com uma cara ótima.
Nossa! Já dá água na boca só de pensar.
Já imaginou em cada pedaço que amassa com doce no canto boca?
Hum! Que doce.
É...
Ela está aqui ao meu lado a fazer-me companhia (com H) e a refletir a luz que sai da lâmpada amarelada do meu quarto.
Têm vezes que parece que ela me intimida, viu?
Parece que quer uma explicação pra todas essas e aquelas palavras.
E depois dá a crer que não quer saber mais de palavra nenhuma.
Tudo bem que eu também não ando agindo lá essas coisas.
Não sei o que acontece.
Esse reflexo todo me intimida duma maneira que eu não consigo olhá-la diretamente e agir como se tudo estivesse normal.
Mas isso é coisa da minha cabeça.
Sem contar que também...
Ei, maçã?
Você ainda está aí?
Maçã?
terça-feira, 16 de setembro de 2008
domingo, 14 de setembro de 2008
O Mistério do Chá
Não há nada mais misterioso do que aquele olhar.
Acho meio terrorista da minha parte porque isso as vezes toma conta da minha cabeça.
Quando eu fecho os olhos, quando vejo algum reflexo no espelho do ônibus (e não há nada mais morrântico do que um ônibus), na fumaça do chá preto (que é o meu predileto), e até nos minutinhos pré-sono, é que o esbranquiçado daqueles dentes e aqueles lábios pouco tocados, me seduzem com o ar mais Iracemístico que o Zé de Alencar poderia tentar traduzir com todas as suas melhores personificações.
Leitora, sabe aquele olhar lindíssimo?
Justo aquele que vem acompanhado de um sorriso capaz de fazer covinha nas partes mais inesperadas da bochecha esquerda?
Então, é esse sorriso que me puxa pra dentro daquele mundo tão enigmático que mistura a vontade de tudo com o medo nada; com a vontade de nada e o medo de tudo.
Ah, mas aqueles olhares perdidos em meio a Células Epiteliais e Matrizes Inversas.
Um tentando fugir do outro, com aquela coisa de que ninguém pode perceber.
Sem contar os sorrisos de canto de boca; aliás, sorrisos esses que riem sem saber por quê.
Que loucura meu Deus.
Que loucura.
Vou tomar meu chá antes de dormir.
Ah! E é chá preto, viu?
Esse é o meu predileto.
O Mistério do Chá continua sem me dar nenhuma pista além de sorrisos escondidos.
Se é que eles querem dizer alguma coisa.
Acho meio terrorista da minha parte porque isso as vezes toma conta da minha cabeça.
Quando eu fecho os olhos, quando vejo algum reflexo no espelho do ônibus (e não há nada mais morrântico do que um ônibus), na fumaça do chá preto (que é o meu predileto), e até nos minutinhos pré-sono, é que o esbranquiçado daqueles dentes e aqueles lábios pouco tocados, me seduzem com o ar mais Iracemístico que o Zé de Alencar poderia tentar traduzir com todas as suas melhores personificações.
Leitora, sabe aquele olhar lindíssimo?
Justo aquele que vem acompanhado de um sorriso capaz de fazer covinha nas partes mais inesperadas da bochecha esquerda?
Então, é esse sorriso que me puxa pra dentro daquele mundo tão enigmático que mistura a vontade de tudo com o medo nada; com a vontade de nada e o medo de tudo.
Ah, mas aqueles olhares perdidos em meio a Células Epiteliais e Matrizes Inversas.
Um tentando fugir do outro, com aquela coisa de que ninguém pode perceber.
Sem contar os sorrisos de canto de boca; aliás, sorrisos esses que riem sem saber por quê.
Que loucura meu Deus.
Que loucura.
Vou tomar meu chá antes de dormir.
Ah! E é chá preto, viu?
Esse é o meu predileto.
O Mistério do Chá continua sem me dar nenhuma pista além de sorrisos escondidos.
Se é que eles querem dizer alguma coisa.
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