Numa terça ou quinta-feira dessas, ao conversar com dois amigos sobre o acidente da TAM, vieram algumas coisas em minha mente, e como de costume, não poderia deixar de escrever um texto. Foi no mesmo dia em que saiu no jornal a comunicação entre os comandantes do avião na hora do acidente. Conversávamos sobre como deve ter sido o sofrimento daqueles homens ao saber que iam morrer e como foi a dor dos familiares que receberam a notícia que seus entes encontravam-se naquele voo. Foi um diálogo de poucos minutos, mas muito produtivo. Não sei pra eles, mas este me fez rever alguns conceitos, principalmente sobre a vida, ou melhor, o termino da vida.
Sabemos que o ser humano é o único animal que sabe a morte é inevitável. Alguns acreditam que após ela iremos para o céu ou inferno, outros acham que nossa alma, mesmo após o óbito do corpo, continua entre os vivo. Mas não quero me dar o luxo de discutir assuntos sobre crença e religião. Enfim, sabemos também que muitos dão valor à vida e outros a tratam com muito desleixo, gozando-a de forma desvairada. Há também os avarentos que buscam incessantemente os bens materiais, não os dividem com os mais necessitados e morrem deixando-os com ninguém, e por ai vai.
Nunca tive a tristeza de perder alguém muito próximo, mas a dor deve ser tão forte que mal consigo me colocar no lugar daqueles parentes que escutavam apreensivos o comunicado. Também já vi muitos amigos sofrendo por conta do falecimento do pai ou da mãe. Alguns deles, após o ocorrido, disseram: poderia ter aproveitado mais, ter brigado menos, dado mais atenção a eles. Muitas vezes eu também ajo com aversão às ordens que meus pais me impõem, esquecendo que querem o meu bem; aquela rebeldia característica de um adolescente de dezoito anos de idade. Mas sempre acabo pedindo desculpas, porem, após alguns dias, as discórdias vem à tona e o ciclo continua. Não sei você, mas a maioria prefere sempre bater de frente, deixa de assumir o erro e fica sempre aquele clima chato. Nunca há uma recíproca de entendimento entre os filhos e seus pais. Parece regra.
Pra mim, a atuação dos pais e da família é muito importante e indispensável para a formação da pessoa. Talvez por isso não consiga entender como tem gente que é capaz de largá-los em um hospital; “internar” em um asilo a mãe que o carregou nove meses no útero ou o pai que deu toda a assistência possível durante toda sua vida, e pior, matá-los para herdar algum bem material. Isso é repugnante.
Pois bem, esse comentário foi escrito apenas com a intenção de passar a seguinte mensagem pra vocês: não perca a chance de demonstrar afeto às pessoas que gosta. Diga todos os dias pros seus pais que os amam, dê mais atenção e carinho a eles, porque, um dia ou outro, eles não estarão mais por perto. E outra coisa, se você não acredita em Deus, pelo menos, tenha sempre o pensamento positivo, ajude os mais necessitados e seja sempre honesto, com os outros e consigo mesmo.
sexta-feira, 31 de agosto de 2007
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2 comentários:
Olá Fabrício!
Embora não tenha sido esta sua intenção, mas gostaria de comentar sobre o sofrimento dos pilotos naqueles segundos que antecederam o choque. Também pensei muito nisso. Será que num momento desses um ateu pensa em Deus? Mas que bom que você esteja consciente da importância da família em nossas vidas, e mais do que a conscientização é preciso colocar em prática no nosso dia-a-dia. Parabéns! Escreveu muito bem no primeiro parágrafo.
Um beijo
Cacilda MEndes
Será que ao perder um ente querido, é possível não pensar nem por um segundo no que poderia ter sido feito ou não, mesmo que você tenha dado o melhor de si a essa pessoa enquanto ela estava viva?
Você disse "Sabemos que o ser humano é o único animal que sabe a morte é inevitável.", é engraçado como, mesmo tendo consciência de que haja a morte, temos tanta dificuldade para aceitá-la quando ela vem.
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