sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Viver é melhor que sonhar

Numa terça ou quinta-feira dessas, ao conversar com dois amigos sobre o acidente da TAM, vieram algumas coisas em minha mente, e como de costume, não poderia deixar de escrever um texto. Foi no mesmo dia em que saiu no jornal a comunicação entre os comandantes do avião na hora do acidente. Conversávamos sobre como deve ter sido o sofrimento daqueles homens ao saber que iam morrer e como foi a dor dos familiares que receberam a notícia que seus entes encontravam-se naquele voo. Foi um diálogo de poucos minutos, mas muito produtivo. Não sei pra eles, mas este me fez rever alguns conceitos, principalmente sobre a vida, ou melhor, o termino da vida.



Sabemos que o ser humano é o único animal que sabe a morte é inevitável. Alguns acreditam que após ela iremos para o céu ou inferno, outros acham que nossa alma, mesmo após o óbito do corpo, continua entre os vivo. Mas não quero me dar o luxo de discutir assuntos sobre crença e religião. Enfim, sabemos também que muitos dão valor à vida e outros a tratam com muito desleixo, gozando-a de forma desvairada. Há também os avarentos que buscam incessantemente os bens materiais, não os dividem com os mais necessitados e morrem deixando-os com ninguém, e por ai vai.

Nunca tive a tristeza de perder alguém muito próximo, mas a dor deve ser tão forte que mal consigo me colocar no lugar daqueles parentes que escutavam apreensivos o comunicado. Também já vi muitos amigos sofrendo por conta do falecimento do pai ou da mãe. Alguns deles, após o ocorrido, disseram: poderia ter aproveitado mais, ter brigado menos, dado mais atenção a eles. Muitas vezes eu também ajo com aversão às ordens que meus pais me impõem, esquecendo que querem o meu bem; aquela rebeldia característica de um adolescente de dezoito anos de idade. Mas sempre acabo pedindo desculpas, porem, após alguns dias, as discórdias vem à tona e o ciclo continua. Não sei você, mas a maioria prefere sempre bater de frente, deixa de assumir o erro e fica sempre aquele clima chato. Nunca há uma recíproca de entendimento entre os filhos e seus pais. Parece regra.

Pra mim, a atuação dos pais e da família é muito importante e indispensável para a formação da pessoa. Talvez por isso não consiga entender como tem gente que é capaz de largá-los em um hospital; “internar” em um asilo a mãe que o carregou nove meses no útero ou o pai que deu toda a assistência possível durante toda sua vida, e pior, matá-los para herdar algum bem material. Isso é repugnante.

Pois bem, esse comentário foi escrito apenas com a intenção de passar a seguinte mensagem pra vocês: não perca a chance de demonstrar afeto às pessoas que gosta. Diga todos os dias pros seus pais que os amam, dê mais atenção e carinho a eles, porque, um dia ou outro, eles não estarão mais por perto. E outra coisa, se você não acredita em Deus, pelo menos, tenha sempre o pensamento positivo, ajude os mais necessitados e seja sempre honesto, com os outros e consigo mesmo.

sábado, 4 de agosto de 2007

Patriotismo?

Esse Pan-americano que ocorreu mês passado no Rio de Janeiro me fez pensar em um assunto que vem me perturbando há algum tempo: o fato da maioria dos brasileiros mostrarem-se patriotas apenas em alguns eventos “irrelevantes” e, principalmente, esportivos.

Quase todo jogo da seleção (em que estão ganhando) ouve-se da torcida a seguinte frase: “Eu sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor”. Confesso que algumas vezes não consegui me livrar deste hino. Cantei, chorei e gritei como você, que está lendo este texto agora, presumo eu. Mas o problema não é a frase em si, é como essas palavras são ditas da boca pra fora. O problema não é ter orgulho de ser brasileiro, é como esse sentimento se vai quando os torcedores saem do estádio ou desligam a TV.


O que eu quero colocar em discussão não é o fato de o povo torcer ou não para equipes esportivas que representam a nossa nação. Quero, com estas palavras, mostrar para os leitores deste texto, que nosso sentimento patriota está longe de ser ideal para que possamos fazer uma mudança política ou de qualquer outra natureza no país, isso se você estiver interessado em alguma. Se não pintarmos os nossos rostos e irmos à rua protestar sobre nossos direitos quanto cidadãos, nada irá mudar. Você quer ter mais segurança? Você quer que o Brasil tenha uma melhor qualidade de ensino? Você quer viajar de avião e ter a garantia que chegará seguro? Não é indo no jogo da seleção e gritando a frase citada que você irá alterar alguma coisa. Não que você não deva ir ao jogo, mas, pelo menos, leve aquele sentimento de amor à pátria sempre contigo.

Sobre esse assunto, minha opinião é a seguinte: ser brasileiro não é apenas torcer pela seleção, para o Ronaldinho ganhar mais um titulo de melhor jogador de futebol do mundo ou para a Gisele Bündchen voltar ao posto de mulher mais linda do universo. Ser brasileiro é votar no melhor candidato e não no menos pior. Ser brasileiro é mandar e-mails para seu deputado cobrando-o sobre o que prometeu e não cumpriu até agora. Ser brasileiro é, principalmente, sair de casa com o compromisso de fazer sua parte para que nosso país torne-se cada vez melhor.