Eu não poderia postar o meu primeiro texto deste ano aqui no blog sem antes comentar alguns fatos importantes que ocorreram ano passo e que são de suma importância pra mim e para as minhas possíveis memórias futuras. Apesar de já estarmos quase em julho e de morar em outro Estado, ainda vivo boa parte do que me ocorreu no ano anterior. Foram dias (os melhores da minha vida até hoje, sem dúvida) corridos, difíceis, cheios de maracatu,sonhos e de amor.
Este último aspecto veio embrulhado de presente na figura da Nati. Foi uma flor, aliás, várias flores de papel que recebi dela as responsáveis pelo início de tudo. Chegou devagarzinho, pelos cantos de mim e foi me conquistando, me enchendo de paz e encanto. Quando eu me dei por conta já estava perdidamente apaixonado pela pessoa dela e a sua figura passou a fazer parte de mim, como um órgão vital.
Começamos e ainda mantemos um relacionamento que só nós entendemos, ou pelo menos tentamos entender. Somos amigos acima de tudo, porém, relacionamo-nos de uma forma peculiar, sem nos prender um ao outro nem abstrairmos nossas possíveis vontades físicas, mantendo sempre o respeito um pelo outro. Falando em física, o que possuímos não está inserido nessas coisas de amizade colorida, pois o que há entre nós transcende as cores e os sentidos. O que temos é uma troca de partículas atômicas que, combinadas na mais forte atração possível, formam uma molécula indivisível e linda. Lindas foram as coisas que nos ocorram durante esse tempo: balet com flauta no ar, tardes de Sol se pondo por detrás da janela, cinemas, Embu`s, sorrisos, gargalhadas seguidas de dor na barriga, nanquins, Centro Cultural com Beirut, tubas e covinhas... ah e flores, muitas flores.
Não seria possível enumerar tudo de bom que nos ocorreu, o que dá pra fazer é sentir tudo isso e, numa somatória de fatores, guardar estes acontecimentos no cofre da alma e enriquecer-me de amor e carinho. A Nati me fez descobrir o amor, me fez sonhar e acreditar nele. Fruto das mudanças ocorridas dos dois lados, talvez hoje eu seja o maior defensor de tudo isso, o que caracteriza uma inversão de papéis. As crises estão sempre num movimento circular, mas não hão de abalar as estruturas nem arrombar o nosso cofre; pelo menos é isso que eu acredito e quero seguir acreditando até-até. Enquanto houver a conexão que possuímos um pelo outro e enquanto nos permitirmos, isso tudo viverá e continuará nos enchendo de alegria como ocorre até hoje.
O ano de 2009 foi um ano de perpetuação e a criação de amizades. Com um pouco mais de amadurecimento, reparei que as relações entre mim e meus amigos passaram a ser agora muito mais leais e sinceras. Uma coisa que deixa de ser uma afirmação de seu núcleo de pessoas, com um caráter mais adolescente e efêmero, para ser tornar relacionamentos de adultos e pessoas que tem que ser levadas para a vida inteira.
Na perpetuação das minhas amizades citada anteriormente, eu posso expor mais fortemente o Gá e o Cauê; indivíduos estes que me acompanharam durante os últimos anos e que têm uma importância ímpar na minha vida. Em ambos os casos fui conquistado pela identificação musical, pelas viagens no mundo das notas e dos batuques. Tratam-se de pessoas maravilhosas e sensíveis que muito me encantam pelas suas maneiras de ver a vida e de vivê-la com intensidade e alegria.
Já na criação de novas amizades eu posso destacar, obviamente, o Otávio e o Yuri. Esses dois vieram pra fechar o ciclo. O Tavinho foi o cara que segurou a barra e viveu as dificuldades ao meu lado durante o ano passado inteiro; vivemos momentos incríveis que foram da alegria mais inocente até a tristeza mais aguda. Apesar das crises, sempre buscamos o entendimento e a conciliação; somos pessoas muito iguais e isso causou alguns problemas que hoje só servem de aprendizado e de amadurecimento. O Yuri apareceu pouco a pouco e foi manifestando um espírito de um ser humano muito bom, que pensa sempre no bem-estar do próximo; ele é um tampinha de 1,60m, mas tem um coração enorme.
Paralelamente a estes amigos mais próximos, ainda consegui manter um bom contato, apesar da distancia, com outros tão queridos. São eles: Recheio, Brunnão, Dé, Min, Raquel, Cella e Mariel. Pessoas estas que fizeram parte de alguns bons momentos meus do ano passado e que tenho um apreço e um respeito muito grande.
Pois bem, após um ano de mudanças e correrias, vim cair aqui no sul; mais precisamente em Pelotas, Rio Grande do Sul. Apesar de ter a oportunidade de continuar em São Paulo e fazer Relações Internacionais na UNESP, resolvi ficar aqui e fazer Economia – curso este que sempre quis fazer. Apaixonei-me pela cidade, pelo povo, pelo curso, pelos meus companheiros de república, pelo frio. A minha única queixa, realmente, é a distancia das pessoas tão amadas que eu deixei em São Paulo.
Bom, a intenção desse texto é ser uma espécie de introdução aos próximos que virão. Ele é mais uma síntese de relatos passados que, por preguiça ou falta de tempo, deixei de expor aqui, mas que estão no meu coração e no coração de todos que viveram comigo esses momentos. Nos próximos textos (prometo que serão mais freqüentes) irei falar um pouco mais sobre a minha terra provisória, sobre alguns acontecimentos relevantes que eu viver aqui e, obviamente, irei explorar as minhas maluquices tão pouco exploradas ultimamente. Até lá!
quinta-feira, 24 de junho de 2010
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Um comentário:
que lindo, fá!
saudade enorme desses cachinhos!
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